ONDE NASCE A POESIA

Enchi a mala de versos e ganhei a estrada
Parti em busca do sonho de todo o poeta:
"Encontrar o lugar onde nasceu a poesia".

Cruzei sangas, me fiz rio, ganhei o mar,

Naveguei oceanos em barcos de papel
Venci as cachoeiras das tintas dos tinteiros
Penerei, por farra, toda a areia dos desertos,
Fui madeireiro e, de machado em punho,
Abri clareiras nas florestas mais cerradas
Ganhei o nada na intenção de ter o tudo;

Voei, tão alto, bem mais alto que podia
Por entre as nuvens, vi o sol brilhar de cima,
Pintei de rimas cada estrela que caía,
Por ironia, em preto e branco o meu retrato;

Busquei o fato onde haviam só rumores
Morri de amores pra renascer em poesia...
Troquei o dia pelas noites mal dormidas
Fui despedidas contra o brilho das chegadas...

Domei os ventos na intenção dos temporais
Tornei possível os impossíveis reencontros
Plantei ocasos nas auroras matutinas...
Fiz vespertinas minhas dores derradeiras;

Sou a fronteira entre o certo e o errado
Fui consagrado o corpo santo da paixão
Sou a razão na plenitude do descaso
Sou eu o vaso de onde jorra a ilusão;

Voltei tão triste que chorei de alegria
Pois a poesia não tem casa nem lugar
Ela habita o inconsciente dos poetas
Tem hora certa pra enfim se derramar...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

VELHA HISTÓRIA - OUTRO ENFOQUE

Certa feita... mui longe destes pagos, uma linda xirúa, dona do seu nariz, por demais de guapa.
Ela bombeava a natureza de olhitos espichados e astuciava de tão especial que era aquele açude do seu rancho e sem a sujerama, mui bueno de se refestelar, quando de pronto lhe salta um sapo cururu, boleado de gordo.
Entonces, aquele sapo pulou pra seu colo e charlou: “lindaça percanta, em outras eras este sapo véio que vos fala, já foi um garboso estancieiro.
Uma véia cascarrenta e maleva, me atirou um despacho véio bagual e eu me virei neste sapo cururu.
Mas uma bicota de vós mecê, de vereda me destranstransforma e já me viro no belo guapo de antanho e entonces podemos juntar os trapo e chamar o seu vigário e ta pronto o casório e bamo viver feliz nesse teu rancho.
A sogra véia de certo vem morar com a gente, tu ajeita a nossa bóia e lava as minhas bombacha, bamo tratar das nossas cria e viveremos até que o Patrão Véio la de riba nos leve pra derradeira morada”.
Quando a boeira se encaripitou por de riba do cerro, e a lindaça xirúa, se empanturrava das perna do sapo cururu, bem apimentado, de saltar água dos zóio tomando uma cachacita de alambique, matutou com seus botão:
- Eu? Mas nem que tivesse com o pé na cova!!!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

PROSA MUSICADA






Feira do Livro em Lavras do Sul - O Gujo Teixeira, Angelo Franco, eu e uma platéia maravilhosa, participativa e realmente interessada pela cultura rio-grandense - tem sido uma experiência fantástica essas incursões pelo nosso estado - foi assim em Cachoeira do Sul, Julio de Castilhos, Tupanciretã, Santa Cruz do Sul, Agudo, onde além da poesia, da prosa tem a música, brilhantemente interpretada pelo Angelo.