Há os que ouvem
Sábias palavras da boca da noite
E louca, a boca do estômago
Ronca, mas não dorme
E conforme
A vida escorre lá fora,
A vidraça chora aquela ausência!
Perco a paciência
Pois não enxergo as botas
Nos pés da mesa, que tesa espera a bóia
Mas não come e a sombra some
Quando o sol se põe à pino
E eu imprimo os versos soltos
Na velha Cânon enquanto Lenon
Decreta ao mundo a paz dos homens...
Que se consomem na guerra santa
Pelo petróleo.
Então eu olho
Bem mais além do horizonte
E vejo o ontem
Que se esvai mostrando o hoje.
Leio Neruda,
Que se desnuda
Em seus poemas
E outra morena
Nos mesmos braços
Chora de amor.
E aquela dor
Que ainda persiste
Enche outro copo
E eu borracho
Busco no escracho
Me consolar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário