ONDE NASCE A POESIA

Enchi a mala de versos e ganhei a estrada
Parti em busca do sonho de todo o poeta:
"Encontrar o lugar onde nasceu a poesia".

Cruzei sangas, me fiz rio, ganhei o mar,

Naveguei oceanos em barcos de papel
Venci as cachoeiras das tintas dos tinteiros
Penerei, por farra, toda a areia dos desertos,
Fui madeireiro e, de machado em punho,
Abri clareiras nas florestas mais cerradas
Ganhei o nada na intenção de ter o tudo;

Voei, tão alto, bem mais alto que podia
Por entre as nuvens, vi o sol brilhar de cima,
Pintei de rimas cada estrela que caía,
Por ironia, em preto e branco o meu retrato;

Busquei o fato onde haviam só rumores
Morri de amores pra renascer em poesia...
Troquei o dia pelas noites mal dormidas
Fui despedidas contra o brilho das chegadas...

Domei os ventos na intenção dos temporais
Tornei possível os impossíveis reencontros
Plantei ocasos nas auroras matutinas...
Fiz vespertinas minhas dores derradeiras;

Sou a fronteira entre o certo e o errado
Fui consagrado o corpo santo da paixão
Sou a razão na plenitude do descaso
Sou eu o vaso de onde jorra a ilusão;

Voltei tão triste que chorei de alegria
Pois a poesia não tem casa nem lugar
Ela habita o inconsciente dos poetas
Tem hora certa pra enfim se derramar...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

QUESTIONAMENTO






Escrevi um versinho pra minha cria primeira - Rainha da minha tribo - as outras vão ficar meio assim e tals - hehehe - ou não - vai saber.




Ta bem, eu admito,
Te amo e daí?
Que queres que eu faça?
Que eu minta?
Que diga que não te amo?
Que tudo foi um erro?
Que aquela ação foi impensada?
Que tudo foi apenas coincidência?
Tche, eu te amo
Mesmo que estejas com outro
Mesmo que não penses em mim
Mesmo que sigas tua vida...
Eu te digo e repito
Posso até nem ter pensado
Ou não ser o planejado...
Mas tu veio...
Chegou feia e desdentada
Chorava por quase nada.
Tinha que dar voltas na quadra
No meu fusca meia oito
Pra fazer tu dormir...
É, não vou mentir,
Eu te amo, e daí?
Queres que mude meu jeito?
Que te exija mais respeito?
Vais me chamar de senhor?
Não queres que eu sinta ciúmes?
Que não saiba com quem andas?
Ou de certo pra onde vais?
Tche, esquece, eu sou teu pai...
Aprendi isso contigo,
Afinal, eu tinha o meu
E achava um castigo
Ter um pai a me vigiar.
Eu sou aquele pai diferente
Meio assim inconseqüente,
Que bebe cerveja contigo
Que te trata como amigo
E te chama pra dançar...
Tche, esquece – a culpa é tua
De eu andar trocando fralda
De andar a meia espalda
Com uma cria na cintura...
Ta bem – isso é bom, eu sei
Só que eu nunca pensei
Que tu fosses crescer
E de mim se distanciar
Que merda ter que aturar
Tu tão longe de mim...
Quem vai vir me confortar?
Quem vai ter que me aturar?
Quem?
Me responde?
Deixa assim, não precisa!
Eu encontro essa resposta
Quando eu sei o que tu gosta
Quando eu sei o que precisas
Quando eu vejo o que tu quer
Eu sei que és a minha menina
E tu me mente que és mulher,
Eu sei que ao leres isso irás chorar
Mas – me perdoa ta?
É meu jeito de dizer:
Juliane
Tu me ensinou o que é amar.

Um comentário:

  1. É uma troca de ensinamentos, de amor, de ciumes, perooo, o teu é bemmm maior!
    Mesmo assim amu te!!!
    Ps.: ainda bem q a pessoa posta a foto com meu pior cabelo!!!
    bj Rainha MAPAJU'S

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