Pra me exibir um pouco, matar a saudade, dividir com os amigos, até pq naqueles idos de antigamente não tinha os blóguis.
Num bolicho, costeando a estrada,
A palidez de um candieiro
De trás do balcão, por trás do bigode
O sono do bolicheiro.
Na prateleira, garrafas perdidas
Entre teia de aranha e poeira
- “Acorda parceiro – me serve uma canha
Me comoveu teu capricho
Mas dispenso a teia de aranha
Não me agrada o instinto do bicho.
Aliviei a canseira
Naquele gole de pura
E vi uma estranha figura
No meio da fumaceira.
Virado em “zóio” e caveira
A tosse curtida e a tremedeira
O baralho e a manha de quem tenteia
Como a tecer sua teia.
Um desafio e nós já se atracamo
Num truco cego de mano.
Nunca vi mão mais ligeira
Que a mão do tal calaveira
No meio da fumaceira
Virado em “zóio” e caveira...
Era um mistério
A maleza que eu tava
Nem vinte pra envido ligava
Quem perde um vintém – perde tudo o que tem
Não sei disparar de ninguém
Mas me parei desconfiado
Da sorte pender só pra um lado.
As perdas passando da conta
Marquei o espadão numa ponta
Pra ver se pegava de jeito
As manhas do tal sujeito
Virado em “zóio” e caveira
E a mão, por demais de ligeira
No meio da fumaceira
A tosse curtida – a tremedeira.
Justo na vaza mais feia
Que o “Ás” marcado na “oreia”
Ficou no baralho “me olhando”
Eu tinha o “Bastião” – fui “tentiando”
Botei “Vale-quatro” – ele não correu,
Joguei o “Bastião”...Ele matou?!!!
Outro “Às”...Fedeu!!!
Chamei o porco no aço
Decepei-lhe o braço
E ele saiu feito “lôco”
Gritando, agarrado no “toco”...
No meio da fumaceira,
Num bolicho, costeando a estrada,
Ficaram dois ases de espada
E a mão ligeira do calaveira.
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